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EFEITOS DA INTERVENÇÃO PRECOCE NA EVOLUÇÃO MOTORA DE UM PACIENTE COM PARALISIA CEREBRAL ASSOCIADA AO ZIKA VÍRUS: UM ESTUDO DE CASO

Após um surto no ano de 2015 do Zika Vírus no Nordeste do Brasil, observou-se concomitantemente o aumento na incidência de crianças que nasceram com déficits neurológicos variados, com possível associação a esse tipo de Harbovirose. Dentre esses, destaca-se a microcefalia, descrita como uma condição neurológica em que o perímetro cefálico apresenta redução significativa e que pode ocasionar alterações nos períodos e níveis de maturação das células nervosas, neurônios e células da glia, inclusive podendo interferir na taxa de proliferação, diferenciação e sinaptogênese. Contudo, outro déficit com possível associação ao Zika vírus é a Paralisia Cerebral (PC), designada por um grupo de desordens cerebrais como resultado de uma lesão não progressiva do desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC), que pode acarretar em atraso cognitivo, visual, perceptual e de controle motor. Objetivou-se com o presente estudo verificar os efeitos da intervenção precoce na evolução das etapas motoras em um paciente com diagnóstico de PC associada ao Zika Vírus. A intervenção foi realizada na Clínica Universitária de Reabilitação, Educação e Saúde (CURES) localizada em Vitória de santo Antão – PE durante o período de outubro de 2016 a outubro de 2017. Foi avaliada uma criança do sexo masculino, 1 ano e 10 meses de idade, com diagnóstico de Síndrome Congênita do Zika Vírus. Os atendimentos foram realizados duas vezes por semana, com sessões de 40 minutos, de forma regular. A estimulação precoce foi realizada através do método Bobath e utlizada a escala David Werner física durante a avaliação e as reavaliações a cada 6 meses, perfazendo um total de 3 avaliações. A mesma foi utilizada com o intuito de avaliar qualitativamente a realização das etapas motoras. Na primeira avaliação, paciente com 9 meses, foi possível observar atraso nas etapas motoras, pela escala David Werner; dentre eles, no controle de cabeça e tronco o paciente apenas levantava brevemente a cabeça; no sentar não possuía controle de tronco para permanecer em anel e na audição reagia apenas à voz da mãe, mostrando assim um desenvolvimento bem aquém do esperado à sua idade cronológica. Durante a reavaliação após o período de estimulação precoce, houve melhora na qualidade e aquisição dos itens físicos da Escala David Werner, alcançando aquisição de etapas motoras. Os dados sugerem que a estimulação fisioterapêutica precoce pode ser uma boa escolha terapêutica no que se refere à reabilitação motora de pacientes com Síndrome Congênita do Zika Vírus.

FONTE: FACOL

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